segunda-feira, 19 de maio de 2008

Consórcio liderado por franco-belga Suez vence leilão para usina Jirau

19/05/2008 - 14h27
O consórcio Energia Sustentável, capitaneado pela franco-belga Suez, acaba de vencer o leilão para a concessão da usina hidrelétrica Jirau, a segunda do complexo do rio Madeira (RO). A vitória veio após o consórcio se dispor a cobrar R$ 71,40 por megawatt-hora (MWh), com um deságio de 21,53% em relação ao preço teto estabelecido pelo governo, de R$ 91 por MWh.

O grupo vencedor é formado pela Suez (50,1%), além de Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (9,9%), Eletrosul Centrais Elétricas (20%) e Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Chesf (20%).

Saiu derrotado o consórcio Jirau Energia, liderado pela Odebrecht. O processo durou apenas sete minutos (assim como no leilão da usina de Santo Antonio, também do Madeira) e foi encerrado já na primeira fase, dos lances no escuro. Isso significa que a diferença entre as ofertas dos dois consórcios foi superior a 5%.

O consórcio vencedor foi formado para fazer frente ao poderio do grupo liderado pela Odebrecht, que no leilão de Santo Antônio surpreendeu o mercado ao oferecer um deságio vitorioso de 35% sobre o teto estabelecido para aquele empreendimento. Na ocasião, Suez e Camargo Corrêa disputaram entre si.

Agora, o consórcio terá um prazo de 20 dias para entregar os documentos referentes à habilitação. Depois irá aguardar a homologação do leilão para formar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) e entregar a documentação exigida para receber a outorga da concessão.

Em paralelo, deverá providenciar os documentos referentes à licença ambiental para a instalação da usina.

Os investimentos previstos para a construção foram orçados em cerca de R$ 8,7 bilhões pelo governo. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá financiar até 75% do total.

Jirau terá capacidade instalada para gerar 3,3 mil MW, porém só poderá entregar efetivamente 1,975 mil MW. A previsão para o início da operação é janeiro de 2013 e o prazo para a conclusão do projeto é de 7,5 anos, contados a partir do início das obras.
UOL

Aneel leiloa nesta segunda-feira usina de Jirau, no Madeira

19/05/2008 - 07h00

LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, en Brasília

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) faz nesta segunda-feira, às 14h, o leilão da usina de Jirau, que será construída no rio Madeira (RO). A usina é a segunda do chamado Complexo do Madeira --a primeira foi Santo Antônio, arrematada em dezembro do ano passado por consórcio liderado pela Odebrecht e pela estatal Furnas. Ganha o consórcio que oferecer o menor preço pela energia que será gerada pela usina --o lance máximo é de R$ 91/MWh.

Apenas dois consórcios se inscreveram para participar da disputa. São eles: Jirau Energia --com Furnas Centrais Elétricas (39%), Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura (17,6%), Construtora Norberto Odebrecht (1%), Andrade Gutierrez Participações (12,4%), Cemig Geração e Transmissão (10%) e Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia II, formado pelos bancos Banif e Santander, (20%)-- e Energia Sustentável do Brasil --Suez Energy (50,1%), Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (9,9%), Eletrosul Centrais Elétricas (20%) e Chesf (20%).

O consórcio liderado pela Odebrecht é considerado favorito por ter elaborado os estudos de viabilidade da obra e por ter ganhado a primeira usina do complexo, o que traria economias de escala ao projeto. Em Santo Antônio, o consórcio ofereceu R$ 78,90, preço 35% inferior ao teto. Com o valor surpreendentemente baixo, o leilão durou apenas sete minutos.

O leilão desta segunda-feira começa às 14h. Depois da disputa de Santo Antônio ter sido marcada pela invasão de manifestantes --que tiveram que ser retirados pelo BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar)-- a Aneel reforçou a segurança: dobrou o número de seguranças de 15 para 30 e pediu reforço da PM que começou a fazer rondas no local já no domingo.

O leilão de Jirau teve custo de R$ 1 milhão, valor que será repartido entre os participantes. O leilão poderá ter até três fases. Na primeira, os participantes poderão dar qualquer lance, desde que abaixo do teto fixado em R$ 91/MWh. Se a diferença entre os dois lances for menor do que 5%, o leilão passa para uma segunda etapa em que os lances são gerados pelo computador e cabe ao consórcio dizer se aceita ou não o lance. Caso nenhum dos dois aceite um lance, a disputa terá uma terceira etapa, na qual o menor lance oferecido é o vencedor.

A usina de Jirau terá capacidade para gerar 3.300 MW e entrará em funcionamento a partir de 2013, com custo previsto de R$ 8,7 bilhões. No total, a obra terá 44 turbinas, suficientes para abastecer 9,8 milhões de casas mensalmente. A usina está localizada a 135 quilômetros de Porto Velho e deverá gerar 13 mil empregos diretos e 50 mil empregos indiretos.